Adeus, Cor-de-Rosa
Quando pequena acostumei-me a ver meu pai, torcedor fanático do Flamengo, sempre com umas folhas de jornal cor-de-rosa debaixo do braço. Ele lia avidamente as notícias sobre seu time preferido, em especial, aos domingos e na segunda-feira. Com o tempo descobri que tratava-se do Jornal dos Sports. O tempo passou - como ele passa rápido, menino: naquela época tinha uns seis anos. Já cheguei aos 45. Descobri bem mais tarde o significado0 desse jornal cor-de-rosa para a história do jornalismo brasileiro.
Quis o destino que eu descobrisse primeiro Nelson Rodrigues - através do livro "O casamento", aos 15 anos, 'pelas mãos de um grande amigo - hoje fotógrafo no Espírito Santo, Robson Barros Torres. Esse foi o primeiro Rodrigues a aparecer na minha vida. Depois vieram os irmãos Mário, Roberto, Jofre, a esposa, dona Elsa e o filho, Nelsonho Rodrigues. "O Anjo Pornográfico" não me deixa mentir. Foi paixão fulminante pela familia inteira. A ponto de transformar Mário Filho em monografia de final de curso, na Facha. Quis o destino que, por muitas e muitas vezes o meu caminho se cruzasse com o do Jornal dos Sports.
Faço todo esse nariz-de-cera para lamentar, com muita tristeza, o leilão da marca "Jornal dos Sports". Será no dia 14 de julho. O lance inicial será de R$ 1,1 milhão. Um crime. Essa marca vale ouro. De lá de cima, onde está, seu Balbino já não lê mais o seu cor-de-rosa com as notícias do Mengão. Ainda bem que Mários Filho (Foto: www.globoesporte.globo.com/esporteespetacular), o grande marketeiro do Maracanã, não está vivo para ver mais essa tragédia se abater sobre a familia Rodrigues.
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